REFRAMING THE ARCHIVE: Image, Time, Memory
Seminario
Organización: Archivo Platform
Colaboración: Direção-geral do livro, dos arquivos e das bibliotecas da República Portuguesa, Centro Português de Fotografia (CPF), European Centre for Documentary Research (eCDR), Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT), Galeria Fernando Santos, Colorfoto
Lugar de celebración: Galeria Fernando Santos y CPF
23 y 24 de noviembre de 2018
DANIEL BARROCA · MANUEL BOTELHO · ANNA MARIA GUASCH · PEDRO LAGOA · PAULA RIBEIRO LOBO · SUSANA LOURENÇO MARQUES · EDUARDA NEVES · JOÃO PAULO SERAFIM
“REENQUADRAR O ARQUIVO: Imagem, Tempo, Memória”propõe a reflexão e o debate sobre o papel que as imagens de arquivo desempenham na representação e construção da memória e, consequentemente, na percepção do real.
As últimas décadas foram marcadas pelo que Huyssen identifica como a cultura da memória. onde o passado é valorizado como um elemento que oferece coerência à nossa experiência, e onde o presente se desenrola de forma instantânea e fragmentada e repercute um futuro pouco promissor.
Nesta cultura da memória, é importante pensar a relação entre memória e práticas visuais e, neste caso, na apropriação de imagens de arquivo como forma de abrir a história através do acto de recordar. Neste sentido, a intenção de trabalhar o arquivo ganha uma perspectiva de futuro pois, segundo Derrida, a questão do arquivo não é uma questão do passado, trata-se do futuro, de uma resposta, de uma promessa e de uma responsabilidade para amanhã.
O dia de abertura do seminário conta com a presença das académicas Anna Maria Guasch (FGH-UB, ES), e Eduarda Neves (ESAP, PT), cujas intervenções propõem uma reflexão sobre o conceito de arquivo, nomeadamente sobre as transformações que levam o arquivo a tornar-se um veículo de criação e crítica. Ao que se seguem as apresentações dos artistas Pedro Lagoa e João Paulo Serafim, que vão de encontro aos temas expostos anteriormente, contribuindo para a discussão sobre as práticas artísticas como ferramentas conceptuais e experimentais que pensam não só o arquivo, mas também as instituições intermediárias da memória e conhecimento nas sociedades modernas.
No dia 24, o seminário começa com as apresentações das académicas Paula Ribeiro Lobo (FCSH-UL, PT) e Susana Lourenço Marques (FBAUP, PT), com abordagens sobre as dinâmicas que a imagem estabelece com a memória e com o imaginário, colocando em contexto o papel do esquecimento e da lembrança na construção da memória, entre interpretação e imaginário, realidade e ficção. Posteriormente, os trabalhos dos artistas Manuel Botelho e Daniel Barroca serão apresentados e colocados em contexto, numa reflexão sobre a temporalidades das imagens, a recuperação de memórias e reconfiguração de realidades.
As duas sessões do seminário contam com a presença de académicos e artistas relevantes no panorama actual, num programa que inclui palestras, mesas redondas e uma exposição paralela, com o trabalho dos artistas Manuel Botelho e Daniel Barroca.
EXPOSICIÓN
DANIEL BARROCA · MANUEL BOTELHO
OPENING 17 NOV 2018 / 16h00 GALERIA FERNANDO SANTOS PROJECT ROOM
Esta exposição coloca em contexto os trabalhos de Manuel Botelho e Daniel Barroca, dois artistas portugueses para quem a memória surge como um dos temas centrais. Nas suas práticas, a apropriação de imagens, documentos, objectos, é frequente e utilizada como forma de explorar diferentes temporalidades e experiências da imagem.
O trabalho dos dois autores cria um interessante diálogo para pensar questões ligadas à representação da memória. Neste caso concreto, os dois evocam o imaginário da guerra colonial portuguesa, que decorreu entre 1961 e 1974, por intermédio de imagens fotográficas vernaculares que, manipuladas e apresentadas através da fotografia e do video.
Manuel Botelho, parte da apropriação de dois álbuns fotográficos de um militar português, para nos apresentarÁlbum, o seu mais recente projecto, composto por duas projecções de video com com sequências de imagens fixas. Neste trabalho, o autor evidencia o gesto performativo do individuo fotografado, uma encenação que nos transporta para um imaginário ficcional, onde o autor joga com a relação entre a realidade e a ficção, a construção histórica e o imaginário.
Soldier Playing with Dead Lizard, de Daniel Barroca, é um trabalho acomposto por oito sequências video realizadas a partir de fragmentos de fotografias de soldados portugueses que combateram na Guiné Bissau, entre 1972 e 1974. A imagem é acompanhada por uma montagem de sons, também estes fragmentados, onde se juntam ruídos, respiração e palavras imperceptíveis. Barroca trabalha o arquivo nos seus detritos, nas suas perdas, não para alcançar respostas mas, em vez disso, para questionar os limites da representação histórica.
Os dois autores, um contemporâneo da geração à qual pertencem as imagens e o outro herdeiro dessa geração, apresentam diferentes estratégias para ler, interpretar e activar a imagem do passado, através de práticas que se complementam e demonstram não só as inquietações provocadas pela imagem dialética, mas também a necessidade da reconfiguração dessas imagens, da construção de sentido contra a erosão do tempo, na reescrita colectiva do agora, um acto necessária para uma resposta e promessa de futuro.
Anna Maria Guasch
Coordinador del Grupo de Investigación
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